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Ana Paula saiu de Piracicaba aos 17 anos para cursar Geografia na UFU, em 2018, sem nunca ter visitado Uberlândia antes. A dinâmica da cidade chamou a atenção da estudante, que sente que o modo como as pessoas lidam com as coisas em São Paulo é bem diferente de Minas Gerais. “Eu acho que São Paulo tem uma mentalidade muito produtivista”, conta Ana Paula. “Não que aqui não tenha, mas aqui, por exemplo, você vai comprar uma coisa no supermercado as pessoas te dão bom dia, perguntam como você está, isso em São Paulo é bem difícil”. Dentre as diferenças regionais, ela também destaca a comida. “Eu acho a culinária mineira sensacional”.


Para ela, a escolha do curso não foi muito óbvia. Ana Paula chegou a prestar vestibulares para outros cursos em São Paulo, mas acabou escolhendo a UFU, pois o curso de Geografia tinha a opção ABI (Área Básica de Ingresso), e ela poderia cursar licenciatura e bacharelado. “A escolha do meu curso foi bem confusa, na verdade eu não sabia o que eu queria, mas eu escolhi Geografia porque eu acho que é uma ciência que contempla meus questionamentos pro mundo, e foi o que eu encontrei, e eu me identifico muito com a área da licenciatura”. Hoje, aos 18 anos, Ana Paula divide apartamento com mais uma estudante, no bairro do campus onde estuda. Já conhece bem a cidade, e sente que a Universidade tem proporcionado para ela as melhores vivências em Uberlândia, tanto acadêmicas quanto pessoais.

 

 

“Eu acho que a UFU tem uma amplitude de cursos que faz você ter relações que você nunca teria em outros lugares por exemplo. Pra mim eu acho que a universidade tem sido o melhor aqui em Uberlândia”.

 


Ana Paula recebe ajuda financeira dos pais, mas complementa a renda com bolsas de projetos científicos. “Eu não trabalho. Eu era bolsista em um programa aqui da universidade mas recentemente eu saí e agora estou aguardando bolsa de um outro programa que eu faço parte. Então isso tá sendo uma fonte de renda, mas os meus pais me ajudam sim”. Os pais aceitaram com tranquilidade a escolha da filha estudar em outra cidade. “Eles aceitaram numa boa, meu pai só perguntou se era isso que eu queria e tal, me pergunta se eu tô bem”.


Apesar de não apontar nenhum destaque negativo na cidade, sair de casa não foi um processo livre de dificuldades. Por ter se mudado aos 17 anos, Ana Paula sentiu-se limitada em alguns aspectos relacionados à idade. “A minha maior dificuldade na verdade foi porque eu era menor de idade, então tudo que eu ia fazer, me limitava muito. Eu não podia, não era nem questão de sair, essas coisas, mas questão de documentação, tudo me limitava”.


A saudade de casa também é um fator que comum entre os jovens que mudam de cidade para estudar. “Eu nunca tinha conhecido Uberlândia, olhava assim e eu não tinha ninguém, nenhum parente, eu tava completamente sozinha”. Geralmente, Ana Paula visita a família uma vez por semestre, durante as férias. A viagem não costuma ser mais frequente devido à distância, o preço da passagem, e a rotina da Universidade. Se quiser visitar a cidade natal em período letivo, Ana Paula acaba tendo que perder alguns dias de aula. “Pra mim, acho que o mais complicado não é nem ver a família cotidianamente, mas é você perceber às vezes alguns eventos importantes, alguns ciclos que se passam na minha cidade, nos processos da minha família que eu não estou”. Para ela, não poder estar presente em eventos da família, como aniversários e casamentos, é o principal desafio de morar fora.

Entrevista por: Julia Alvarenga

Texto por: Stéphane Vieira

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